terça-feira, 31 de maio de 2016

NÃO!

Fim de maio marcado por atentado de homicídio a Ana Hickmann, um dos atores mais admirados de Hollywood, Johnny Depp, acusado de violência doméstica e adolescente carioca estuprada por 33 homens. Conturbado, não? Faz um tempinho desde que falei de assuntos sociais aqui (o último foi sobre Julias e abuso sexual, em dezembro), mas volto aqui pra mostrar minha posição, gritar minha insatisfação e me declarar (mais um vez) do lado de todas as meninas, mulheres, minas, manas e molecas que sofrem, sofreram ou ainda vão, infelizmente, sofrer com o machismo.


Essa semana, o Brasil e o mundo foram surpreendidos com a notícia de que uma garota de 16 anos foi estuprada por 33 homens. 33! Mas sabem o que é mais triste? Mesmo que as estatísticas mostrem que a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, que a cada 4 minutos uma mulher violentada dá entrada no SUS e que a cada 30 minutos uma mulher morre, uma adolescente teve que ser estuprada por 33 homens para a sociedade finalmente perceber que a violência contra a mulher existe e que feminismo não é mimimi. Sabem o que é mais revoltante? Mesmo depois desse acontecimento, ainda há gente achando que "a história está mal contada", que "provas são necessárias" e até mesmo dizendo que "ela estava pedindo".

Sexta feira (27), fomos surpreendidos de novo. Johnny Depp, um ator inegavelmente incrível e um dos mais admirados do mundo do cinema, foi acusado de ter agredido sua ex esposa, Amber Heard. Segundo TMZ - que também liberou os papéis do divórcio e fotos do rosto machucado da atriz -, Amber teve o celular arremessado em seu rosto e Johnny ainda a ofereceu dinheiro para ficar quieta sobre o caso. Sabem o que é mais triste? "Ela fez isso pra chamar atenção" e "ela deve ter feito algo pra ele ter agido assim" foram alguns dos comentários feitos após a notícia ter sido liberada. Sabem o que mais revoltante? Que alguns julgam que "o importante é que Johnny Depp está solteiro" e outros questionarem "quem não gostaria de apanhar do Johnny Depp?"


Pois está tudo errado, está tudo de cabeça para baixo. A culpa não é, nunca foi e nunca será da vítima. A culpa não está no tamanho das suas roupas, na quantidade de bebida, no consumo de droga, no horário em que ela saiu e pra onde ela foi. Essas coisas não estupram, não batem, não desrespeitam ninguém. Homens - namorado, marido ou seja lá qual for o grau de intimidade com tal pessoa - estupram e agridem, fisica ou verbalmente, e não há desculpas para isso. Pôr culpa na vítima te torna tão nojento(a) e culpado(a) quanto quem praticou o crime, porque isso, camuflar o ato do agressor, é sustentar a cultura do estupro e perpetuar a violência.

Meninas, meninos, mulheres, homens, molecas, moleques, minas e minos:

Digam não!
Digam não à cultura do esturpo!
Digam não às cantadas que levam na rua!
Digam não ao medo de andar sozinha a noite!
Digam não àqueles que dizem que você não tem potencial!
Digam não àqueles que querem ditar o que vocês vestem ou deixam de vestir!
Entre marido e mulher, nós metemos a colher quando o assunto é agressão!
Digam não à violência!
Digam não ao machismo!
Denunciem!

2 comentários:

  1. Cultura do estupro não existe no Brasil

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    1. Seria meu sonho? Mas, infelizmente, existe sim e não só aqui no Brasil mas como no mundo todo. Não é tão difícil de se ver, é só abrir um pouquinho os olhos.

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